A visita ao Savoy Palace, no Funchal, começou à hora marcada: 11h00 de uma manhã cinzenta e nublada, contrastante com a receção do hotel, com cores quentes, onde se pronunciam os amarelos, vermelhos e alaranjados. A visita prometia ser longa pela dimensão do hotel. São 17 andares com 309 quartos e 43 suites, das quais 14 pool suites, e duas suites presidenciais com piscina (que não visitámos por estarem ocupadas), a que se somam sete restaurantes, três bares e um spa, por sinal o maior de Portugal. Sem demoras, iniciámos a nossa visita pela receção, imponente em tamanho e vistosa com seu lustre dourado. A decoração de interiores do hotel é da autoria da madeirense Nini Andrade Silva. Ao longo da visita ao hotel, ficámos a saber que o conceito da decoração é uma homenagem à cultura da Madeira e aos seus produtos mais emblemáticos, como os bordados ou a floresta Laurissilva.
Da receção atravessamos o Lobby Lounge. Com uma decoração mais discreta, é bastante extenso este lobby bar, proporcionando vários recantos e ambientes para conviver. Está aberto diariamente, das 9h00 até à meia noite, e há chá da tarde entre as 15h00 e as 18h00. Nesta altura, já percebemos que, apesar da sua dimensão, o Savoy Palace consegue dar um ambiente intimista a cada um dos seus espaços. A dimensão é uma vantagem, mesmo com uma elevada ocupação, o hotel parece estar vazio.
Sem sairmos do piso da receção, fomos conhecer um dos novos espaços de restauração do Savoy Palace, o Pau de Lume. Este restaurante com entrada direta da rua abriu em fevereiro deste ano e serve almoços, jantares e brunches (neste caso, entre as 11h e as 19h00). Tem um ambiente moderno e industrial, em que os verdes secos e castanhos contrastam com o cinzento, ao passo que as várias plantas dão um ar acolhedor à sala de refeição. A cozinha é aberta e permite observar o chef a finalizar os pratos antes destes irem para a mesa. Já quanto à gastronomia, é inspirada nos sabores portugueses e a estrela da companhia é o Josper – um forno que grelha a carvão, de onde sai grande parte dos pratos da carta, como o Entrecôte (22€) ou as Lulas grelhadas com Manteiga Mordomo (14€) que podem acompanhar com um Arroz de alho (3€), Puré de batata doce (3€) ou Legumes no Josper (4€). Nas entradas, estão também referências à cozinha portuguesa, como os Peixinhos da horta (9€) ou algo mais inusitado, como juntar os sabores madeirenses com técnicas mais internacionais nos Tacos de atum, abacate e batata doce (11€). Tudo para partilhar. Pode acompanhar a refeição com cocktails de assinatura, mocktails ou vinho, já que a carta tem várias referências a vinhos de todas as regiões de Portugal.
Subimos aos pisos superiores para conhecer a oferta de alojamento. No Savoy Palace, há mais de 15 tipologias por onde escolher e para diversas carteiras. Começa no ‘Avenue Room’, com vista para a cidade, prossegue com os vários ‘Ocean Room’ com vista para o mar e só termina na categoria mais alta, a suite presidencial.
Imaginamos que uma das tipologias mais ‘apreciada’ será a Pool Suite. No total, existem 14 e estão situadas nas laterais do hotel. Como o nome indica, têm uma piscina privada e albergam 3 adultos ou 2 adultos + 2 crianças (2-12 anos). Por esta altura, podem custar 2500€/noite.
E já que estamos a falar de exclusividade, passámos ao Jacarandá Lounge & Club. Situado no 16º piso, este espaço só está acessível aos clientes premium, utilizadores das suites do Savoy Palace. Aqui, por exemplo, são servidos os pequenos-almoços para estes hóspedes, que têm também acesso a um rooftop com piscina infinita.
À noite, o Jacarandá transforma-se em Nikkei, um restaurante japonês com técnicas culinárias de todo o mundo. Está aberto tanto para os hóspedes como para visitantes de fora.
No Savoy Palace, parece que há medida subimos um piso, a exclusividade é ainda maior, não é por acaso que a suite presidencial se situa no último piso. É no topo do hotel e com vistas 360º que encontramos o Galáxia, um rooftop com três áreas: Galáxia Skyfood, Galáxia Skybar e Galáxia Skypool. No 16º andar, o Skybar e respetivo lounge abrem às 10h00 e oferecem vistas sobre o porto, a baixa e todo o anfiteatro do Funchal. Aberto a partir das 09h00, junta-se um outro espaço no piso 17 – o Skypool – acessível apenas a hóspedes, com piscina panorâmica só para adultos e uma zona mais intimista de relaxamento e solário.
Por sua vez, o Skyfood é um restaurante de fine dining de inspiração na gastronomia madeirense aberto para jantares de terça a domingo. Até podemos estar “dentro de uma galáxia”, sentimento conferido pelos elementos da decoração do Skyfood, mas é entre o mar e a montanha que verdadeiramente nos sentimos. O restaurante tira partido de uma localização fantástica, com vistas soberbas sobre o mar e a montanha, conforme o lado que escolher para se sentar. Na carta do Galáxia Skyfood pode ler-se que o objetivo não “é provocar um novo big bang”, mas atirar o cliente para “um buraco negro de experimentação e reinterpretações”. O restaurante tem vários menus de degustação com pairing de vinhos ou chá. No menu de degustação “Madeira Experience” (105€, sem pairing), por exemplo, vai encontrar como entrada Lapas, crocante de alga e puré de limão ou a Espetada de wagyu, crumble de pão e alho, entre outras iguarias madeirenses reinterpretadas pelo chef Carlos Gonçalves. A elaboração e criatividade na apresentação dos pratos, em conjunto com o staff especializado e atencioso completam a experiência.
Tanto o restaurante como o bar estarão abertos ao público em geral. A entrada pelo exterior é feita no nº 23 da Avenida do Infante. Só mais uma curiosidade, o nome Galáxia vem da antiga discoteca que existia no último piso do Savoy Classic, que deu lugar ao Savoy Palace. Era um dos espaços de entretenimento noturno mais famosos da ilha.
Do Galáxia descemos novamente à terra, ou melhor, ao piso térreo para conhecer a restante oferta de restauração e relaxamento. No exterior encontramos a maior piscina do hotel com várias zonas de solário, incluindo espreguiçadeiras dentro de água. Daqui, apreciamos a fachada, que se apresenta com varandas em vidro e duas colunas de plantas que harmonizam a volumetria do edifício. As plantas e espaços ajardinados estão um pouco por todo o hotel, contribuindo para o sentimento de que estamos num resort. São mais de 23 mil metros quadrados de área ajardinada com 250 espécies de plantas.
Do jardim principal acedemos ao Laurea Spa. Este que é o maior spa de Portugal deve o nome à floresta Laurissilva da Madeira. Assim que entramos, a sensação é que estamos num túnel ou gruta, por causa dos tetos baixos, numa homenagem à geologia da ilha. Tem 11 salas de tratamento, piscina interior aquecida, sala de haloterapia e relaxamento, e um circuito de águas ou não fosse esta a ilha das levadas.
Já quase a terminar a nossa visita, ainda há tempo para conhecer os restantes espaços de restauração: o Hibiscus e Orchidaceae, dois restaurantes buffet onde são servidos os pequenos-almoços; e o Alameda, restaurante que fica junto à piscina, no piso térreo. Inspirado na cozinha mediterrânea, serve risottos, pizas, saladas e pastas.
Foi fácil perceber nesta visita que o Savoy Palace é um local de experiências gastronómicas, que se abrem aos hóspedes, mas também aos locais. Não é só pelo conjunto de restaurantes tão diferenciados que oferece, mas pelas experiências que vai introduzindo ao longo do ano em cada um deles. Exemplo disso é o Terreiro, o único restaurante que ainda não tínhamos referido. Localizado na zona de jardim do Savoy Palace, no verão o Terraço oferece o primeiro fire pit na Madeira – um conceito de churrasco móvel ao ar livre para um máximo de 20 pessoas.