Entre os dias 24 e 28 de agosto, a convite do Gabinete de Turismo da Turquia (TGA), o Vou Sair viajou até Izmir, uma cidade costeira turca que junta as águas azul-turquesa do mar Egeu a uma herança multicultural e relevância histórica de cariz milenar.
Localizada na península da Anatólia, a designada “pérola do mar Egeu” proporciona uma viagem no tempo que se estende por 8.500 anos de história, marcada pelas paisagens pitorescas de Çeşme, pelas antigas maravilhas de Éfeso e pelo pulso vibrante da metrópole.
O Vou Sair embarcou rumo a Izmir a partir de Lisboa num voo noturno da companhia aérea turca Pegasus Airlines. A recente rota, inaugurada a 13 de maio, marcou a entrada da companhia low-cost no mercado português e tem uma frequência de três vezes por semana (segundas, quartas e sextas-feiras).
Um passeio de vento em popa por Alaçati, Çesme
A aventura começou no vilarejo de Alaçati, em Çesme, Izmir. Entre os vários vestígios históricos e arqueológicos que se erguem no distrito, estão 28 fontes características que remontam aos tempos do império otomano – e que deram o nome à região (Çesme traduz-se para “fonte”).
Situada a uma viagem de carro de 1h20 do aeroporto Adnan Menderes de Izmir, Alaçati é um refúgio de muitos turcos que procuram fugir das grandes cidades para desfrutar das brisas marítimas, do bom tempo e do cenário pitoresco. Sem escolas secundárias na área, trata-se de uma região que ganha vida no verão com a chegada de turistas nacionais, disse-nos Aylin Szilagyl, a guia turística da GoTürkiye que nos acompanhou durante a viagem.
A estada inicial de três noites foi passada no Antmare Hotel, de quatro estrelas, localizado numa praia privada, no porto de Alaçati, e próximo às mais sofisticadas casas de verão, com barcos particulares ancorados na marina, refletindo o luxo discreto da área. O preço por uma noite no hotel é entre 90 e 120 euros para quartos standard, ainda que possa variar consoante a tipologia dos quartos e a altura do ano.
Era expectável que a temperatura abrasadora de 36.° fosse insuportável, mas os ventos constantes que dão fama à pequena vila tornam-na não só agradável para “turistar” durante o dia, como também um destino de excelência para os entusiastas de atividades aquáticas. Dadas as famosas brisas, windsurfing é o desporto mais apreciado localmente. Todos os anos, Alaçati é palco do campeonato internacional de windsurfing PWA, consolidando-se como uma das principais regiões para a prática da modalidade.
Alaçati é rodeada por uma extensa baía repleta de iates, navios e ferries, onde existem várias escolas de desportos aquáticos – não só windsurfing, mas também kitesurfing e vela – que atraem aventureiros nacionais e internacionais de todas as idades, desde crianças até adultos.
Após a manhã dedicada às águas, o almoço foi no Surf Garden, situado na baía de Alaçati. O menu, embora não tradicionalmente turco, oferece uma variedade de pizzas, saladas e wraps para recarregar as energias. Não resistimos à surpresa local: mexilhões recheados com arroz e limão, propiciados por Sakir, um simpático vendedor ambulante.
Ao caminhar pelas ruas de Alaçati, durante o final de tarde, deparámo-nos com várias casas de pedra com telhados vermelhos, uma característica típica das residências tradicionais da região, muitas das quais transformadas em hotéis boutique. A atmosfera inegavelmente grega é palpável nas ruas estreitas, adornadas por trepadeiras cor-de-rosa e ocupadas com restaurantes com pequenas esplanadas e várias lojas e bancas com artesanato local.
Não obstante a hospitalidade e simpatia do povo turco, é notória a dificuldade em trocar poucas palavras em inglês com vendedores, empregados de mesa e até recepcionistas do hotel, evidenciando que se trata de uma cidade onde o turismo estrangeiro em massa ainda não chegou.
Das águas termais de Ilica às vinhas férteis de Urla
O segundo dia levou-nos a Ilica, no distrito de Çesme, Izmir, cujo nome faz referência às suas céleres fontes termais, algumas das quais situadas no próprio mar Egeu. O passeio teve como propósito a visita ao hotel Altin Yunus, que usufrui de uma localização privilegiada à beira-mar na famosa praia de Ilica.
Com um nome que significa “golfinho dourado”, a história do Altin Yunus Hotel & Spa remonta a 1974, sendo um dos hotéis mais antigos de Çesme. Inspirando-se nas antigas práticas romanas, a unidade hoteleira destaca-se não só pelo típico banho turco, mas pelas piscinas termais interiores e exteriores, cujas águas dispõem de propriedades curativas.
Abdullah Karaca, o responsável do Altin Yunus que acompanhou a visita institucional, informou-nos de que a maioria dos hóspedes são turcos, ainda que tenham alguns viajantes oriundos de países como a Alemanha, Noruega e Suíça para desfrutar dos tratamentos terapêuticos.
O hotel conta com 344 quartos no edifício principal, bem como com 56 apartamentos na marina e 43 apartamentos à beira-mar para quem procura uma estadia de longo prazo, com um mínimo de 15 dias. Dependendo da categoria do quarto e da época do ano, o preço de uma noite no Altin Yunus Hotel & Spa varia entre aproximadamente 95 a 140 euros.
Veja a galeria sobre o Altin Yunus Hotel & Spa:
Após explorar as instalações do hotel, a tarde foi passada na praia privada do Altin Yunus para experimentar as águas quentes de Ilica, que contrastam com a temperatura fria de Alaçati. Como as águas termais saem do fundo do mar e se misturam com o Egeu, nadar na praia de Ilica é ideal para tratar especialmente a pele e os ossos. Ainda houve tempo para provar as “pizzas” tradicionais da Turquia, como Pide e Lahmacun, compostas por ingredientes como carne picada, cebola, tomate e pimentos.
O final de tarde foi reservado para conhecer Urla, uma vila que, há mais de dois mil anos, deu lugar a uma das 12 cidades antigas da Anatólia ocidental: Klazomenai. A região, que atualmente é habitada por muitos reformados, é conhecida pela produção de vinho e pela extração de azeite que remonta ao século VI A.C.
A Urla Vineyard, uma propriedade fundada por três empresários nos anos 90, deu-nos a degustar um conjunto de vinhos turcos envelhecidos em barris de carvalho. Das 20 variedades de uvas e vinhos produzidos na vinha, a nossa prova resumiu-se a cinco – um chardonnay, um rosé e dois tintos –, com cada garrafa a custar entre 20 a 150 euros.
@vousair.pt Fomos visitar a Urla Vineyard, em Izmir, na Turquia 🇹🇷 e aproveitámos para provar um conjunto de vinhos turcos produzidos no local. #VouSair #turquia #turkey🇹🇷 #izmir #vinho #provadevinhos #fy ♬ Kemuel Kulosa cover sped up version – Kemuel
À noite, o restaurante Asma Yapragi proporcionou-nos uma experiência gastronómica singular. Localizado na antiga casa de família dos proprietários, o conceito do espaço é simples e acolhedor: os visitantes são convidados a ir à cozinha e escolher a dedo entre uma vasta seleção de pratos caseiros e coloridos. O menu muda sazonalmente para tirar partido dos ingredientes mais frescos, incluindo as folhas da uva, que dão nome ao restaurante e estão presentes em vários pratos.
Ayse Nur MIhcip, dona do Asma Yapragi, disse-nos que faz questão de receber e conhecer pessoalmente os visitantes – e é nisso que se baseia o restaurante. “Quando os nossos convidados vêm cá queremos estar com eles, queremos falar com eles. Não queremos ser apenas um empregado de mesa”, sublinhou.
Uma viagem no tempo a Éfeso e a pacatez de Sirince
No terceiro dia, seguimos para o centro de Izmir. O hotel Movenpick, de quatro estrelas, foi o alojamento escolhido para as duas últimas noites da viagem, com um preço a variar entre cerca de 130 a 160 euros por noite. Situada à beira-mar, a unidade hoteleira oferece uma vista para o Kordon, em Alsancak, um dos símbolos da cidade onde os visitantes podem desfrutar de um passeio com vista para as águas do Egeu ou relaxar na relva durante os dias de bom tempo.
Rumo à grandiosa Éfeso, passámos a manhã a visitar as ruínas do Templo de Ártemis, uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo. Diz-se que o templo foi construído, no ano de 550 A.C, em homenagem à deusa grega da fertilidade, caça e animais selvagens, Ártemis. Após um grande incêndio, terramotos e roubos, ergue-se apenas uma solitária coluna de mármore, com 20 metros de altura, das 127 originais – o testemunho que resta no local da antiga glória desta civilização grega. Muitos fragmentos adicionais estão expostos numa sala do Museu Britânico.
Continuámos a jornada até à pitoresca vila de Sirince, conhecida pelas suas casas de pedra tradicionais, fruta seca (como damasco e tomate) e vinhos de fruta, uma tradição herdada dos antigos colonos gregos. As ruas estreitas são demarcadas pelo comércio local, com muito artesanato, trajes e produtos locais. A atmosfera pacata e acolhedora de Sirince – cujo nome se traduz para “fofo” – torna-a um destino ideal para quem procura uma imersão na vida rural turca.
Localizado numa antiga escola, o restaurante Artemis proporcionou-nos um jantar com direito a uma prova de vinhos de fruta – como melão, romã, cereja e pêssego – e uma demonstração da preparação do café turco, mais concentrado e espesso do que o europeu, numa cafeteira de cobre chamada cezve que é mexida em areia quente. Já as entradas tipicamente turcas vêm sempre acompanhadas de um molho de iogurte com especiarias e queijo feta.
O dia terminou com uma visita noturna à cidade antiga de Eféso, numa viagem no tempo imersiva proporcionada pelo Ephesus Experience Museum. Com recurso à tecnologia, os visitantes podem experienciar o quotidiano do império romano e explorar as ruas de mármore da cidade antiga, a grandiosidade do Templo de Ártemis e a icónica Biblioteca Celso.
@vousair.pt Vistámos a cidade antiga de Éfeso, ma Turquia, com uma experiência imersiva proporcionada pelo Ephesus Experience Museum 😍 #VouSair #turquia #ephesus #turkey🇹🇷 #izmir #viajar #fy ♬ Duo oud – Quanoun – Ensemble Ibn Arabi
O museu digital de Éfeso conta com “aproximadamente 1.000 a 1.500 visitantes diariamente”, sendo a maioria proveniente do estrangeiro, disse-nos a diretora Fatma Orensin. “Isto é muito bom para os nossos hóspedes porque, por exemplo, eles vêm cá e, por vezes, não têm tempo para visitar toda a cidade antiga. Quando chegam ao museu digital, podem simplesmente sentir tudo sobre a antiga cidade de Éfeso”, enfatizou Fatma. “Isto é sobretudo muito positivo para as novas gerações. É uma demonstração muito visual”.
Veja a galeria de imagens sobre a cidade antiga de Eféso e o Ephesus Experience Museum:
A metrópole multicultural da pérola do Egeu
No último dia da jornada pela Turquia, imergimos no coração pulsante da terceira cidade mais populosa do país, com cerca de seis milhões de habitantes. Conhecida pela sua alma multicultural, Izmir é uma metrópole onde o passado histórico e o dinamismo moderno se entrelaçam de forma singular, com um mosaico de tradições e culturas que moldaram a sua identidade com o passar dos séculos.
Além de várias lojas, restaurantes e cafés, a Rua Dario Moreno, nomeada em homenagem a um famoso cantor turco-judeu que ali viveu, alberga um elevador histórico de 40 metros de altura, construído em 1907 para substituir 155 degraus, que oferece uma vista panorâmica ao som da música do artista poliglota.
No icónico bazar de Kemeralti, provámos a sanduíche turca kumru, recheada com queijo, tomate e salsicha sujuk, e perdemo-nos no labirinto de lojas e bancas de especiarias, tecidos e artesanato local. Para encerrar o dia, um workshop de cocktails no bar Fayn, na zona de Alsancak, mostrou-nos o lado moderno e cosmopolita de Izmir.
A viagem por Izmir deixou claro que a Turquia vai muito além das ruas movimentadas de Istambul. Entre uma costa repleta de praias banhadas pelas águas quentes do mar Egeu, uma história rica que atravessa milénios, uma gastronomia colorida e a hospitalidade do povo turco, Izmir é um destino que surpreende e oferece muito mais daquilo que se espera.
@vousair.pt Entre os dias 24 e 28 de agosto, a convite do Gabinete de Turismo da Turquia, o Vou Sair viajou até Izmir, uma cidade costeira turca que junta águas azul-turquesa a uma herança multicultural e relevância histórica. 👉 Deixamos aqui 5 dicas de coisas que podem fazer e visitar quando visitarem esta localidade. #VouSair #turkey🇹🇷 #turquia #izmir #viajar #fy #viagens ♬ September – Earth, Wind & Fire