Um novo centro de conhecimento multimédia na zona histórica de Faro está a convidar os visitantes a mergulhar numa experiência imersiva na história da cidade e da Ria Formosa, desvendando também os segredos da dieta mediterrânica.
Inaugurado no verão, o Faro Story Spot não só conta a história da capital algarvia, recuando ao tempo do Império Romano e ‘viajando’ até aos dias de hoje, como dá a conhecer a biodiversidade da Ria Formosa e, no final, ainda senta os visitantes à mesa de uma típica taberna.
A casa do século XVIII onde se encontra o centro, no Largo da Sé, em plena zona histórica, a poucos metros da ria, era provavelmente uma venda ou taberna, conhecida como Taberna da Pepa, onde pescadores e mariscadores vendiam os seus produtos e conviviam na volta da faina.
À chegada, os visitantes são recebidos pelo Zé do Mar, que desfia momentos marcantes da cidade, passando pela presença dos romanos, muçulmanos e, mais tarde, dos judeus, que instalaram em Faro a primeira oficina tipográfica portuguesa e aí fizeram a primeira impressão de um livro no país, o “Pentateuco”.
A elevação de Faro a cidade, em 1540, o ataque das tropas inglesas, em 1596 – que saquearam a cidade e levaram consigo o único exemplar conhecido do “Pentateuco”, atualmente em exposição na British Library, em Londres, no Reino Unido –, assim como a destruição causada pelo terramoto de 1755 são outras das estórias relatadas.
Os visitantes são depois convidados a seguir para a próxima sala, onde o cavalo-marinho animado Marino fala sobre as características e origem da Ria Formosa, assim como da sua fauna e flora e dos produtos e negócios que gera.
Além de a ria já ter albergado a maior comunidade de cavalos-marinhos do mundo, que atualmente se encontra em declínio, havendo projetos para a sua preservação, ainda possui a única comunidade residente em Portugal de camaleões, uma espécie igualmente ameaçada e alvo de proteção.
A última sala recria uma taberna, convidando as pessoas a sentarem-se à mesa para saber mais sobre a dieta mediterrânica, pois apesar de Portugal não ser banhado pelo Mediterrâneo tem na sua gastronomia e hábitos a marca deste antigo modo de vida.
As paredes da ‘taberna’ estão revestidas a cobre, azulejo, cortiça e palhinha, entre outros materiais típicos da região, nos quais os visitantes são convidados a tocar.
Após completar a visita, que dura cerca de 35 minutos – podendo entrar oito pessoas a cada meia hora -, é possível usufruir de uma degustação de pão, azeite e vinho.
O preço dos bilhetes para o público em geral (adultos) oscila entre os 16 euros (apenas a visita), os 23 euros (visita e degustação) e os 30 euros (visita e ‘brunch’). Existem preços especiais para crianças, famílias, estudantes e residentes.