Hotel room2 Chiswick, em Londres, no Reino Unido.

À medida que o ano de 2022 chega ao fim e olhamos para um novo ano, há um conceito que está a ganhar força no mundo das viagens sustentáveis: hotéis net-zero, noutras palavras, unidades hoteleiras totalmente alimentadas por fontes de energia renováveis. A CNN Travel sugere 6 hotéis e resorts net-zero, que se comprometeram a 100% com a sustentabilidade, e que produzem toda a energia que consomem.

room2 Chiswick, Londres

Devido à crise climática, o proprietário do hotel room2, Robert Godwi, passou dois anos a planear um hotel net-zero. O que significa que eliminou por completo a sua pegada de carbono, desde a construção até a administração do hotel, que foi inaugurado no final de 2021.

Este hotel foi construído de acordo com os mais rigorosos padrões britânicos do Green Building Council net-zero, “reduzindo a necessidade de energia através da conceção e maximização da energia renovável no local”, afirmou o proprietário. “O resultado é um hotel que é 89% mais eficiente em termos energéticos”.

O room2 Chiswick dispõe de sensores de energia nos quartos e possui uma série de elementos invisíveis como uma bomba de calor geotérmica, torneiras que fazem poupança de água, e um “telhado azul” que converte a água da chuva em energia.

Wren Urban Nest, Dublin

Escondido entre o Temple Bar e o Trinity College, este recém-inaugurado hotel declara-se “o lugar mais sustentável em Dublin para ficar alojado“. O hotel cápsula com 137 quartos ou “ninhos” foi concebido “utilizando tecnologias avançadas de redução de carbono“, diz o arquiteto Michael Mullen.

“O sistema de ventilação captura 81% do calor rejeitado usando uma roda térmica e aquece o ar fresco que entra gratuitamente”, acrescenta. Essa energia também é usada para a água quente, enquanto que a cozinha do hotel dispensa o gás. A conservação de água e a utilização de sistemas de poupança, permitem a este hotel gastar 60% menos de água do que um hotel normal.

Funciona a 100% com energias renováveis e ganhou o selo “net-zero operational carbon” do World Green Building Council. Se espreitar, aperceber-se-á rapidamente de que a eliminação das compensações de carbono não põe em causa o design do hotel. O minimalismo escandinavo – madeira, luzes de vime e tons naturais – é conjugado com tecidos e móveis irlandeses e vegetação abundante.

Os quartos são “aconchegantes” e “confortáveis”, com apenas 9,5 a 12 metros quadrados, e têm uma avançada eficiência energética. Mas isso não exclui o Chromecast e o WiFi ultrarrápido.

Comfort Hotel Solna, Suécia

Em junho de 2021, a Escandinávia acolheu o seu primeiro hotel com certificação “zero energy”. O Hotel Comfort Solna, com 336 quartos, situa-se a alguns quilómetros a norte do centro de Estocolmo.

O edifício angular tem 2.500 metros quadrados de células solares coloridas, tornando-o no prédio mais “fotovoltaico e denso do mundo“. “Produzimos energia solar suficiente para enviar um Tesla à volta do mundo 50 vezes“, afirma a unidade hoteleira no seu website, acrescentando que a energia gerada é superior às necessidades anuais do hotel.

“Nada é deixado ao acaso”, diz o proprietário Petter Stordalen. “Os elevadores carregam quando descem para alimentar a subida. O edifício é arrefecido e aquecido por bombas de calor que vão buscar energia a rolamentos de furo (armazenamento subterrâneo de energia térmica)”.

Desde os quartos temáticos marítimos até à Barcepção industrial-chique (uma receção-bar), este hotel “inteligente em termos de energia” ostenta design nórdico, e tem tarifas a preços atrativos.

Boutiquehotel Stadthalle, Áustria

Numa casa restaurada no virar do século, rodeada por painéis solares e canteiros de jardim, o Boutiquehotel Stadthalle, com 79 quartos, funciona com energia solar e outras energias renováveis desde 2009.

A proprietária, Michaela Reitterer, afirma que 70% dos hóspedes escolhem este hotel devido à sua aposta na sustentabilidade. “Geramos tanta energia num ano como a que consumimos. O excesso vai para a rede e, por vezes, em época alta, obtemos excedentes de energia renovável da cidade, tais como a biomassa”, acrescentou.

Os quartos peculiares exibem lustres de garrafas de vinho recicladas, móveis de madeira reciclada, cabeceiras de cama feitas de lã de ovelha e padrões de Gustav Klimt, pintor austríaco. Esqueça os minibares que consomem muita energia. O pequeno-almoço é servido no “oásis” do pátio interno, entre vasos de ervas, flores e paredes cobertas de hera. Lá em cima, o telhado de lavanda, está repleto de borboletas e abelhas.

Aclamada como a “rainha verde de Viena“, Reitterer diz ter tido uma visão a longo prazo com uma aposta total nas energias renováveis na sua tentativa de “mudar o mundo”.

Hotel Marcel, New Haven, Connecticut, EUA

O novo Hotel Marcel, que pertence à Tapestry Collection by Hilton, é uma unidade de 165 quartos no interior do icónico edifício Pirelli que é “movido exclusivamente pelo sol” e que funde um passado lendário com um futuro focado no clima.

Espera-se que em breve o hotel seja certificado como o primeiro hotel net-zero nos EUA, recebendo ao mesmo tempo as certificações LEED Platinum e Passive House.

“Os combustíveis fósseis são realmente uma tecnologia do século XX, e são mais caros de utilizar agora”, afirmou Bruce Becker, o arquiteto que criou o hotel. “Um hotel net-zero é realmente autossuficiente e produz toda a energia que consome“, acescentou.

O hotel foi criado com a utilização de tecnologia de construção inteligente, isolamento térmico, um sistema de recuperação de energia e bombas de calor de fonte de ar que transferem o ar de fora para dentro. Estas soluções permitem poupar 80% de energia, sem comprometer o design do hotel. “Mais de 1.000 painéis solares geram toda a eletricidade necessária para atender às necessidades do edifício”, diz Becker. “Os painéis solares que cobrem o telhado e os toldos do estacionamento fornecem 100% da eletricidade para iluminação, aquecimento, resfriamento e estações de carregamento de carros elétricos.”

Por detrás da sua fachada de betão, o hotel da Hilton ostenta mobiliário de nogueira, azulejos brancos de terracota e tapetes geométricos Bauhaus – desenhados à medida. Os quartos têm controlos de touchpad para controlar a temperatura, iluminação e precianas automáticas, e janelas com vidros triplos.

Four Elements Hotel, Amsterdão

Este hotel “eco-luxe” na margem do lago Ijmeer, em Amesterdão, abriu em 2019. O Four Elements Hotel, com 195 quartos, utiliza turbinas eólicas para produzir energia para o ar condicionado e aquecimento do edifício. Uma chaminé solar recolhe energia para aquecer a água, enquanto que a fachada com painéis solares converte energia em eletricidade.

A ideia “Earth, Wind & Fire” veio do engenheiro Dr. Ben Bronsema, que descobriu que os cupinzeiros africanos mantêm a mesma temperatura em condições climáticas extremas, abrindo e fechando portas para criar “ar condicionado natural”.

Nunca o verde pareceu tão atrativo como no Wind Sky Bar do último andar do hotel, decorado com banquetas de madeira reciclada, tubos expostos, pufes laranja e tecidos azul pavão. O restaurante do hotel Herbs Garden aposta na fermentação tradicional, conserva, decapagem e defumação.

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