Há um novo transATTLAntico na restauração em Lisboa, mas não é um navio, é o recém aberto restaurante de chef André Fernandes.
André Fernandes e Rita Chantre regressaram a Portugal após anos de viagens para abrir o ATTLA, um projecto vindo do coração.
Neste restaurante em Alcântara, que abriu em dezembro de 2018 numa antiga padaria, o casal investiu tudo para criar um sítio distinto da oferta existente em Lisboa. No ATTLA, do espaço, confortável e moderno, a lembrar um ‘bistrot’ parisiense, à proposta gastronómica, profundamente autoral, onde se fundem os sabores e aprendizados de André nas suas viagens, nada é igual.
O chef André Fernandes e a sua cara-metade, a fotógrafa Rita Chantre, viveram um pouco por todo o mundo antes de se decidirem fixar em Portugal. O último país onde viveram foi a Costa Rica, onde passaram quatro anos com o seu negócio “Private Chef”, servindo jantares privados no meio da selva, em Tamarindo. Mas antes disso, o casal – e o chef, em particular – percorreu inúmeros países, em busca de conhecimento e aventura. Juntos, Rita e André passaram longas temporadas no Sudeste Asiático, começando pela Tailândia, onde o chef trabalhou no Ritz Carlton, e acabando na Papua Ocidental. A solo, ainda antes de ter encontrado Rita, André viveu e trabalhou nas Caraíbas na ilha de St Barthélémy, em Bora Bora ou no Rio de Janeiro, sempre aprofundando as técnicas culinárias de cada região.
Mas muito antes disso, é preciso falar dos “anos da França e da Europa” – o período de aprendizagem que André investiu, desde os 16 anos, na sua formação gastronómica. O rapaz que se lançou à aventura e começou numa crêperie em França rapidamente começou a trabalhar no único estrela Michelin da região de Brière, o “La Mare aux Oiseaux”, e aos 18 anos, ascendia ao cobiçado Plaza Athenée, do chef Alain Ducasse. Trabalhou ainda na prestigiada “La Maison Blanche”, dos irmãos Pourcell, e no ABAC, em Barcelona, um dois estrelas Michelin dirigido pelo chef catalão Xavier Pellicer. Nestes anos de árdua formação, André ganhou sólidas bases e técnicas da alta cozinha – mas talvez por ter servido milhares de menus degustação, quis algo diferente para o seu ATTLA. Excelente cozinha, claro, de autor, também – mas num ambiente mais descontraído e informal que num restaurante estrelado.
De todas as suas aprendizagens culturais nasce a actual cozinha de André, um inspirado cruzamento de sabores e referências pelo mundo, que se traduz em pratos deliciosos, que chegam invariavelmente limpos à cozinha. “A minha proposta gastronómica é uma fusão do que aprendi e vivi nas minhas viagens, e que se traduz em influências sem fronteiras”. Tudo isto ancorado em conceitos-chave como a sazonalidade e a sustentabilidade. No ATTLA não há plásticos, tudo se aproveita (Zero Waste) e todos os produtores são maioritariamente da região de Lisboa, para garantir a melhor frescura. É desta proposta singular que nasce o ATTLA, sob os auspícios do Atlântico e do mundo.